Capitulo X.
Limpas-me os vidros, levas nas trombas!
As palavras que aplico a este capítulo após uma larga ausência devido a umas pequenas férias merecidas e à quantidade alargada de trabalho que apesar da crise que se manifesta actualmente, insiste em invadir-me a secretária e ao qual devo o salário que recebo continuamente e atempadamente ao final de cada mês... como dizia, as palavras que aplico são... É incrível!!!
Que tomem novas precauções todos aqueles que decidiram estudar o código da estrada pois esse está completamente desactualizado. Deparo-me diariamente com os novos sinais onde já faltam tiras de aluminio que alguém roubou durante a noite para vender a alguma fábrica ou algum "distribuidor" de metal dando em troca alguns Euros que ajudam a sustentar o vício. Imagino o larápio ao ser surpreendido, qual justificação sairia daquela boca desdentada e infecta: "Pelo menos não aponto navalhas a ninguém", ou então: "Decidi deixar de encostar seringas infectadas de HIV ao pessoal na rua... a crise tá de tal maneira que o people já nem dinheiro trás nos bolsos!"
Por isso reparem bem nas nossas autoestradas, na sinalização que vai desaparecendo dia para dia a olhos vistos. Isto é crise. Esta é a crise de decência, de respeito e de qualquer tipo de inteligência dentro desses cérebros queimados pela chama da coca ou outra substância qualquer. Apetece-me insulta-los ou até pior. Se tiver de ter um acidente, pelo menos que seja útil. Espero passar por cima de um desses inúteis selvagens, esses atrasados mentais que não chegam aos pés do Neanderthal mais evoluido na história da especie humana. O slogan da Câmara Municipal do Porto contra os arrumadores também resultou em cheio e não tenho dúvidas que isto faz parte do plano de recuperação destes irrecuperáveis animais de esgoto: "Limpe a sua cidade!... "
Onde queimarão eles tanta chapa? Talvez no Parque da Cidade... suspeito que a tinta reflectora contenha também alguma base importante para o fabrico da merda que lhes circula naquelas veias.
Não se admirem portanto se um dia apenas restarem os suportes da sinalização.
Estamos a caminho da nova revisão do código da estrada onde os novos condutores aprenderão a decifrar as indicações a partir de algumas pistas deixadas porque o caramelo não podia carregar o ferro velho todo de uma só vez.
Temos de jogar definitivamente com as regras destes tipos. Se não se deixa a moedinha no estacionamento arriscamo-nos a encontrar o carro com uma pintura nova... porque não então limpar-lhes o sebo de uma só vez??... Que se lixe é a pintura toda. Já tive o meu carro por várias vezes apontado a uma destas bestas e com a primeira metida... acelerador a fundo. O problema é que eles ainda fogem! Não!... Contra a parede não me enfio! Seria demasiado desperdício e a justiça tem de ser feita de forma limpa que não dê muito nas vistas. Há que fazer parecer como se fosse um normal atropelamento para que o seguro cubra os danos sem que afecte muito no prémio mensal. Acho que se todos tomassemos uma atitude mais drástica, estes vermes nojentos voltavam para o buraco de onde sairam, essas putas que não souberam fechar as pernas no momento chave.
Já depois de ter estacionado o carro e o ter trancado, vejo o cabrão a correr para mim com a célebre frase a sair daquela boca: "Ó colega!... Dá aí uma moedinha!!!"
Uma vez ainda perguntei: "Mas porque havia eu de te dar a moeda???"... ao que tive a resposta inteligente: "Ei! Eu ajudei-o a estacionar!!!". Desta vez o cabrão excedeu-se!
A única coisa que dou aos cromos é tabaco. Devo confessar que quando eles me pedem "Olha aí um cigarrinho ao menos!" eu dou! Dou, pronto! Afinal de contas o tabaco mata, não???
Existe outra forma de tentar extorquir dinheiro aos condutores é a da limpeza de vidros quando os semáforos estão vermelhos. Uma vez estava eu parado num deles e estava um puto com não mais de 16 anos a fazer tal serviço. Claro que com a minha cara simpática, ele pensou (o que eu estranhei!... estes gajos não pensam!) que eu lhe iria remunerar pelo tamanho trabalho que teria ao limpar os meus ricos vidrinhos. Acenei-lhe negativamente com a cabeça como sinal contrário ao que ele tinha pensado (lá está! eles não pensam mesmo!)... mas ainda convencido que ia ganhar uns euritos, lá me limpou os vidros. Bateu-me depois no vidro a pedir o tal guito o qual recusei. Serviço à comunidade foi o que ele fez pela segurança e boa visibilidade nas estradas. Ficou a ver navios e foi o que o filho da puta mereceu! Arranquei e dei-me ao deleite de ficar a olhar para o espelho retrovisor central para apreciar a cara de fodido do sacaninha.
O que irão eles inventar de seguida é a minha grande questão. Talvez tenham a ideia luminosa de desaparecer de uma vez por todas da face do planeta ou então até se dedicarem a algo mais produtivo como por exemplo repôr os sinais de trânsito roubados, tapar buracos das estradas, arranjar jardins, ajudar os velhinhos ou quem sabe até trabalharem numa empresa e ganharem um salário merecido com descontos feitos e impostos pagos.
Penso ter deixado a minha ideia bem clara. Se temos de acabar com alguma coisa é com esta poluição mal cheirosa e putrefacta. Com o resto eu consigo viver bem.
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